segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Digna Companhia apresenta Condomínio Nova Era


ESTÃO ESGOTADOS OS INGRESSOS para o espetáculo "Condomínio NOVA ERA" que será apresentado nos dias 2, 3 e 4 de novembro, segunda a quarta, às 20h30, com ENTRADA FRANCA, no Espaço Sobrevento (Rua Coronel Albino Bairão, 42, Metrô Bresser-Mooca). As apresentações integram a 10ª Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, realizada pela Cooperativa Paulista de Teatro. Confira a PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA.

Com dramaturgia de Victor Nóvoa e direção de Rogério Tarifa, a montagem recupera a memória viva de moradores de uma pensão real no bairro paulistano Campos Elíseos para tratar da migração nos grandes centros urbanos e as suas consequências, tanto no âmbito social quanto no individual. Uma célula independente, um lugar com leis próprias, que acaba representando a sociedade como um todo, com seus desejos e anseios de criar um sentido para a sua própria vida.



Na primeira parte do espetáculo, o público divide-se em quatro grupos e acompanha as personagens na intimidade de seus quartos. Um policial exonerado, uma misteriosa mulher de branco, uma atendente de telemarketing que inventa personagens em sites de relacionamento, um síndico controlador, um humorista obcecado pelo sucesso. Migrantes de outras regiões do Brasil, levam suas vidas em seus pequenos quartos acarpetados, forrados de papel de parede já gasto, até o dia em que recebem uma ordem de despejo. A iminente invasão do prédio pelas forças externas resulta no encontro desses moradores, servindo de mola propulsora para explodir a tentativa de manter a aparente normalidade do espaço, deflagrando os conflitos entre as personagens, expondo todas as suas vontades, frustrações e obsessões.

Assista ao TEASER.

CONDOMÍNIO NOVA ERA é fruto de um desejo comum de artistas de vários coletivos de São Paulo, com direção de Rogério Tarifa (Cia do Tijolo e Cia São Jorge), preparação de atores de Ana Cristina Colla (LUME Teatro), dramaturgia e coordenação de projeto de Victor Nóvoa e elenco oriundo da Cia do Tijolo, A Digna Companhia, Teatro da Gioconda, entre outros. Todos partilham de uma mesma inquietação: como transpor para a cena o lastro histórico de indivíduos reais e a partir daí refletir sobre a cidade em que vivem? Reconstruir poeticamente essas histórias é propor um olhar crítico sobre nosso país que parte de uma realidade social, tangenciando a vontade dos indivíduos.



A partir de visitas ao local e entrevistas com seus moradores, foi construída a dramaturgia, que mescla aspectos históricos do prédio e sua relação com o bairro com elementos ficcionais. Os atores imergiram na realidade do condomínio e, por meio da técnica de mímesis corpórea, recolheram características (corpóreas, psicológicas e relacionais) dos moradores reais para a composição dos personagens da ficção. A recriação poética desse lugar encontra pontos em comum com a história dos artistas, que não são naturais da cidade de São Paulo e também decidiram deixar suas cidades em um determinado momento de suas vidas, levados por uma vontade imprecisa e subjetiva de construir um porvir melhor. As alegrias, frustrações, sonhos, vontades, dificuldades de quem chega a um lugar desconhecido, que por vezes acolhe e por outras maltrata, serve de fio condutor - tanto para os moradores reais dessa pensão, quanto para os atores que irão representá-los.

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